terça-feira, 19 de julho de 2011

Subcomissão contra o Crack conhece números da drogadição de Cachoeira do Sul


As unidades de tratamento da drogadição em Cachoeira do Sul atuam com 100% da capacidade, com uma média de 30 internações por mês e de 15 pessoas em lista de espera por semana. Os números da intitulada capital nacional do arroz no atendimento aos usuários de drogas foram apresentados na tarde da última sexta-feira (15), na quarta audiência pública da Subcomissão contra o Crack da Assembleia Legislativa, ocorrida no Centro Municipal de Cultura.

“Apesar de as drogas estarem causando problemas à sociedade há um bom tempo, o crack deflagrou a fragilidade do sistema de tratamento, em especial o público”, afirmou a proponente e relatora da Subcomissão, deputada Miriam Marroni (PT), ao detalhar os objetivos do trabalho ao público presente na audiência pública. “Estamos aqui para conhecer as dificuldades e os problemas do município, de modo a poder contribuir para o aprimoramento das estruturas de atendimento ao usuário e sua família”, explicou.

Interior - A secretária de Saúde do município, Eunice Brendler, narrou os esforços para a montagem de equipe intersetorial do Centro de Atendimento Psicossocial Álcool e Drogas (CAPs AD), que funciona há 11 meses no atendimento aos drogaditos. “Neste período, cadastramos 771 usuários, mas registramos mais de 6 mil atendimentos. A dificuldade em custear o tratamento tem transformado o vício em grave problema de saúde pública”, alertou. O secretário de Assistência Social do município, Neiron Viegas, confessou estar alarmado com o aumento do registro de casos de drogadição no interior do município, em locais onde há pouco tempo o município não possuía registro algum de consumo de drogas e dos problemas decorrentes da drogadição.

Compartilhado ao trabalho das equipes da secretaria, o reforço técnico da ala psiquiátrica do Hospital de Caridade e Beneficência de Cachoeira possibilita atendimento para seis dos 12 leitos da unidade exclusivamente para usuários de drogas, número que costumeiramente é ampliado diante da demanda crescente. “Estamos apostando também na reinserção do usuário, principalmente voltada à capacitação para o mercado de trabalho”, adiantou a secretária de Saúde. Ela enfatizou ainda a importância do trabalho da equipe de redução de danos, também do município, que fazem o contato direto com os usuários nos seus locais de referência, seja de moradia ou de consumo da droga.

Dados - O deputado Marlon Santos, integrante da subcomissão, defendeu a necessidade de haver registros mais detalhados do avanço do crack e das drogas no município. “Os números são importantíssimos para que possamos mapear o avanço do crack para melhor combatê-lo”, afirmou. Também presente na audiência, a deputada Zila Breitenback alertou para a necessidade de maior atenção e fiscalização a entidades de tratamento da drogadição, quer possuam suporte científico, quer trabalhem com apelo religioso. A integrante da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos defendeu ainda a preparação dos municípios na organização dos conselhos locais de combate às drogas, nos moldes que preconiza a legislação estadual aprovada em março pela Assembleia Legislativa.

A Subcomissão contra o Crack, integrada também pelo deputada Luciano Azevedo (PPS), interrompe seus trabalhos em virtude do recesso, que se inicia na segunda-feira. O cronograma de atividades prevê audiências públicas em Porto Alegre (05/08), Caxias do Sul (12/08), Santo Ângelo (19/08) e Santa Maria (26/08).

Miriam acompanha graduação de residente da Caex Pelotas ingresso nas vagas do Estado


A Comunidade Terapêutica Casa do Amor Exigente (Caex) graduou mais três residentes durante a missa celebrada na tarde do primeiro domingo de julho (3). Entre eles está o primeiro ingresso pelas vagas oferecidas por meio do convênio firmado com o Governo do Estado, há um ano, e que oferece 10 delas na instituição, sem custo, para dependentes químicos.

No primeiro domingo de cada mês, a Caex realiza uma missa com a participação dos familiares e nesta mesma ocasião são graduados os residentes que concluíram o tratamento e estão prontos para deixarem o lar depois de 12 meses de tratamento. Depois dos depoimentos dos três graduandos que emocionaram e arrancaram lágrimas da deputada Miriam Marroni (PT), o Padre Jaime Souto declarou a parlamenter como "embaixadora" da comunidade, entregando-lhe um cordão com a cruz de São Francisco de Assis.

A deputada recordou seu trabalho, como psicóloga, com as mães de dependentes químicos, denominado Mães contra o Crack. Para Miriam, o grande problema ainda é que o estado e comunidade não veem a drogadição como uma doença. "Por isso, tamanha a dificuldade da implantação de uma rede de tratamento realmente efetiva. Mas estamos em uma casa religiosa ue faz isto muito bem. A Caex é exemplo de trabalho bem sucedido. E percebemos isso no depoimento dos que estão concluindo o tratamento", comentou a parlamentar, ao colocar seu trabalho à disposição na busca de um sistema de políticas públicas efetivas para tratamento.

A Caex 
É uma Comunidade Terapêutica que ofere 33 vagas, sendo 10 delas gratuitas, por meio do Programa de Prevenção à Violência (PPV), que foi contemplado com a autorização da Secretaria Estadual de Saúde a contratar vagas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). E outras três vagas de caráter filantrópico, sem custo nenhum para as famílias de dependentes químicos que não têm condição fianceira de arcar com o tratamento.

Miriam participa em Canoas do 1° Fórum Municipal de Prevenção ao Uso de Drogas


O trabalho da Subcomissão contra o Crack da Assembleia Legislativa e o papel da família e da escola no trato com a questão das drogas perante a juventude foram os temas abordados pela deputada Miriam Marroni (PT) no 1° Fórum de Prevenção ao uso indevido de Álcool e outras drogas. A parlamentar integrou a mesa interdisciplinar sobre Prevenção e Tratamento ao Abuso de Álcool e outras drogas, na tarde de 29 de junho, do terceiro e último dia do evento realizado na Ulbra Canoas.

A deputada falou sobre o papel da Subcomissão contra o Crack na investigação acerca da rede de atendimento oferecida aos dependentes químicos, em especial pelo sistema público de saúde. “Desde que a subcomissão foi instalada, estamos visitando unidades de atendimento e ouvindo a população do interior do estado para que possamos ter uma radiografia do setor e um diagnóstico das necessidades. Queremos auxiliar os poderes públicos na construção de uma nova forma de encarar e tratar esta doença”, afirmou.

Esforço coletivo - Para a parlamentar, três questões são fundamentais quando o assunto é drogadição: o reforço do papel da família e da escola na educação antidrogas, a implementação da escola de turno integral como política pública de prevenção às drogas e a efetivação de uma rede de atendimento realmente eficaz no tratamento da drogadição. “Estes três fatores, atuando em conjunto, poderão trazer resultados verdadeiramente animadores nesta luta contra o flagelo das drogas”, defendeu.

Além de Miriam Marroni, participaram da mesa redonda a assistente social e integrante da Rede Multicêntrica – Formação Permanente Interdisciplinar e Intersetorial de enfrentamento ao uso e abuso de crack e outras drogas da UFRGS, Miriam Dias, o coordenador do Centro de Apoio Operacional dos Direitos Humanos do Ministério Público, promotor Francesco Conti, e o mestre em Ciências Criminais e professor do curso de Direito da Ulbra, Moysés Pinto Neto. O 1º Fórum Fórum de Prevenção ao uso indevido de Álcool e outras drogas foi promovido pela Prefeitura de Canoas e Ulbra.

Subcomissão contra o Crack e comissão da Câmara Federal unem-se para debater questão das drogas


A Subcomissão contra o Crack da Assembleia Legislativa gaúcha e a Comissão de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas (Cedroga) da Câmara Federal realizam dia 5 de agosto, a partir das 9h, seminário para debater a situação da rede de atendimento ao dependente químico e as políticas públicas locais de atenção à saúde do usuário.
A primeira reunião de trabalho para organização do evento ocorreu no dia 27 de junho, na Assembleia, com a participação dos deputados federal Vieira da Cunha (PDT) e estadual, Miriam Marroni (PT), do subprocurador para Assuntos Institucionais do Ministério Público do Rio Grande do Sul e integrante da Fundação Crack Nem Pensar, Marcelo Dornelles, e representantes dos deputados federais Osmar Terra (PMDB) e Afonso Hamm.

A ideia, segundo Miriam Marroni, é unificar o trabalho das duas instâncias parlamentares de debate sobre a questão das drogas, dada as agendas previstas para tratar do tema comum, em datas próximas. “Os objetivos de ambas as comissões são semelhantes. Precisamos unificar as forças, pois o momento é cada vez mais delicado”, enfatiza a deputada.

A proposta é realizar um seminário, em local ainda a ser confirmado, com uma conferência técnica na parte inicial do evento, logo após a abertura oficial, na parte da manhã. À tarde, os debates serão divididos em três temas: a situação da rede de atendimento e a compreensão da sociedade quanto aos serviços oferecidos e as oportunidades de recuperação da dependência química, a internação compulsória e a descriminalização das drogas. O local do seminário será divulgado em breve.