terça-feira, 24 de setembro de 2013

COMO SABER SE UMA PESSOA PRÓXIMA ESTÁ USANDO CRACK

SINAIS DE DEPENDÊNCIA


O usuário de crack apresenta mudanças evidentes de hábitos, comportamentos e aparência física. Um dos sintomas físicos mais comuns que ajudam a identificar o uso da droga é a redução drástica do apetite, que leva à perda de peso rápida e acentuada – em um mês de uso contínuo, o usuário pode emagrecer até 10 quilos. Fraqueza, desnutrição e aparência de cansaço físico também são sintomas relacionados à perda de apetite.
Ilustração:  jovem comprando a droga
Crédito da imagem: Portal Brasil

É comum ainda que o usuário tenha insônia enquanto está sob o efeito do crack, assim como sonolência nos períodos sem a droga. “Os períodos utilizando a droga prolongam-se e os usuários começam a ficar períodos maiores fora de casa, gastando, em média, três dias e noites inteiros destinados ao consumo do crack. Neste contexto, atividades como alimentação, higiene pessoal e sono são completamente abandonadas, comprometendo gravemente o estado físico do usuário”, afirma o psiquiatra Felix Kessler.

Sinais físicos como queimaduras e bolhas no rosto, lábios, dedos e mãos podem ser sinais do uso da droga, em função da alta temperatura que a queima da pedra requer. “Também se notam em alguns casos sintomas como flatulência, diarréia, vômitos, olhos vermelhos, pupilas dilatadas, além de contrações musculares involuntárias e problemas na gengiva e nos dentes”, aponta Fátima Sudbrack, coordenadora do Programa de Estudos e Atenção às Dependências Químicas (Prodequi) da Universidade de Brasília (UnB).

Comportamento

Falta de atenção e concentração são sintomas comuns, que levam o usuário de crack a deixar de cumprir atividades rotineiras, como freqüentar trabalho e escola ou conviver com a família e amigos. “O dependente apresenta algumas atitudes características, como mentir e ter dificuldades de estabelecer e manter relações afetivas. Muitas vezes apresenta comportamentos atípicos e repetitivos, como abrir e fechar portas e janelas ou apagar e acender luzes”, afirma Laura Fracasso, psicóloga da Instituição Padre Haroldo.
O usuário de crack também pode experimentar alucinações, sensações de perseguição (paranóia) e episódios de ansiedade que podem culminar em ataques de pânico, por exemplo. Isolamento e conflitos familiares são comuns. O dependente pode, ainda, passar a furtar objetos de valor de sua própria casa ou trabalho para comprar e consumir a droga. “O humor pode ficar desequilibrado em função do uso ou falta da droga. O usuário alterna entre estados de apatia e agitação”, diz Fátima Sudbrack.

Fonte: site brasil.gov.br

PESQUISA REVELA PERFIL DOS USUÁRIOS DE CRACK NO BRASIL


O governo federal apresentou, nesta quinta-feira (19), os resultados das pesquisas “Estimativa do número de usuários de crack e/ou similares nas capitais do país” e “Perfil dos usuários de crack e/ou similares no Brasil”. Segundo a Fiocruz, autora das pesquisas, este é o maior e mais completo levantamento feito sobre o assunto no mundo. O estudo apontou que o consumo de crack e de drogas similares é feito por, aproximadamente, 370 mil pessoas nas capitais e no Distrito Federal. A pesquisa também traçou o perfil dos usuários: homens (78,7%), com de idade média de 30 anos e encontram-se em situação de rua (47,3%). (acesse aqui o Livreto Domiciliar e aqui o Livreto Epidemiológico)

Os resultados foram apresentados durante coletiva de imprensa que reuniu o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, o secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Helvécio Magalhães, a secretária de Assistência Social do Ministério do Desenvolvimento Social, Denise Colin, e secretaria nacional de Segurança Pública, Regina Miki e o secretário Vitore Maximiano, da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad). 


“A pesquisa mostra que estamos no caminho certo em relação às ações que o governo federal realiza por meio do programa Crack, é Possível Vencer. Os resultados certamente nos ajudarão a aprimorar e integrar ainda mais a política, além de fortalecer a atual rede de atendimento a usuários de crack e outras drogas”, afirmou o secretário Helvécio Magalhães. 


Para o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, os usuários de crack devem ser considerados dependentes químicos e, portanto, passíveis de tratamento, e não tratados com sanções penais. "A maior parte dos usuários são pessoas de extrema vulnerabilidade social. Quando você vai ouvi-las, ao contrário do que muitos pensam, 80% querem tratamento e 92% querem apoio para conseguir emprego ou ensino para se reinserir socialmente", disse.


Crack, é Possível Vencer – Lançado em 2011, o programa já teve o aporte de R$ 1,5 bilhão para ações integradas de segurança, cuidado e assistência de dependentes químicos. Deste total, R$ 1,4 bilhão foram investidos pelo Ministério da Saúde em ações para implementação e custeio de serviços que atendem aos usuários de crack.


“A pesquisa mostrou que os próprios usuários avaliam o CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) como melhor opção pública para tratamento. Disseram ter interesse em se recuperar. O que nos temos que fazer é mostrar para eles os caminhos. Seja nos Consultórios nas Ruas, Unidades de Acolhimento, CAPs e Enfermarias Especializadas”, destacou Helvécio Magalhães. 


Com a aplicação de recursos foram criados 1885 novos leitos nesses serviços. Em todo o país, foram habilitados e estão em funcionamento 37 CAPS AD III (370 leitos), 60 Unidades de Acolhimento (900 leitos), 85 Consultórios na Rua e 615 leitos em enfermarias especializadas em álcool e drogas em hospitais gerais. 


Atualmente, os CAPs Álcool e Drogas podem realizar mais de 7 milhões de atendimentos a dependentes químicos por ano (em 2011 essa capacidade era de 6,2 milhões de procedimentos – o que corresponde a aumento de 25%).


Na área de direitos humanos, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR) atua na articulação e fortalecimento das redes no âmbito das crianças e adolescentes. Uma das principais ações é a capacitação de profissionais através da formação continuada nas Escolas de Conselhos, voltada a conselheiros tutelares e de direitos, e nas Escolas do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase). 


Além disso, a SDH/PR promove a realização de oficinas de mobilização de adolescentes membros dos Observatórios dos Adolescentes, presentes em 12 estados brasileiros. Para os adolescentes em conflito com a lei envolvidos com o uso de álcool e outras drogas, o Plano Decenal do Sinase prevê ações de qualificação das redes de atenção à saúde.

Fonte: site brasil.gov.br 

BRASIL REALIZA MAIOR PESQUISA DO MUNDO SOBRE O USO DO CRACK


Pesquisa encomendada pelo Ministério da Justiça (MJ) à Fiocruz, instituição ligada ao Ministério da Saúde (MEC) e lançada nesta quinta-feira (19), revela que cerca de 370 mil brasileiros de todas as idades usaram regularmente crack e similares (pasta base, merla e óxi) nas principais capitais do País. O estudo também lista o perfil dos usuários da droga no Brasil e será utilizado para subsidiar novas ações do Programa Crack, É Possível Vencer – plano integrado de combate ao tráfico e apoio aos usuários e famílias – criado em 2011.

Esse número de 370 mil pessoas corresponde a 0,8% da população das capitais do país e a 35% dos consumidores de drogas ilícitas nessas cidades. Além disso, 14% do total são crianças e adolescentes, o que equivale a mais de 50 mil usuários. Por "uso regular", foi considerado um consumo de pelo menos 25 dias nos seis meses anteriores ao estudo, de acordo com definição da Organização Panamericana de Saúde (Opas).


"Com os dados da pesquisa, vamos fazer ajustes e não mudar a rota do programa. Agora que sabemos o universo e as características dos usuários de crack temos um maior embasamento e dados seguros para mapear as futuras ações", informou o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, presente no lançamento. 


A pesquisa ouviu, aproximadamente, 25 mil pessoas residentes em capitais brasileiras. Os entrevistados foram visitados em seus domicílios e responderam a questões sobre suas redes sociais (familiares, amigos e colegas de trabalho residentes no mesmo município) de forma geral e também especificamente sobre o uso de crack e outras drogas. O estudo catalogou usuários que declararam utilizar a droga por 25 dias em um período de 6 meses. Os dados serão avaliados pelos parceiros que compõem o Programa para implementação de ações.


Estudo anterior da Fiocruz, feito de forma direta com 7 mil entrevistados em 112 municípios (incluindo capitais e regiões metropolitanas) entre o fim de 2011 e junho de 2013, apontava que o total não passou de 48 mil usuários de crack e similares. Somando-se os dois levantamentos, foram produzidos 32 mil questionários, o que transforma essas nas maiores pesquisas já feitas sobre crack no mundo, pelo número de entrevistados e pelo volume de dados gerados.


Para ler as pesquisas na íntegra clique aqui para o Livreto Domiciliar e aqui para o Livreto Epidemiológico.


Perfil do usuário


Os usuários de crack no Brasil são principalmente adultos jovens, com idade média de 30 anos, homens (78,7%), não brancos (80%) - o que inclui pretos, pardos e indígenas, por exemplo - e solteiros (60,6%). Além disso, têm, na maior parte dos casos, baixa escolaridade, sendo que apenas dois em cada dez cursaram ou concluíram o ensino médio. Em relação ao ensino superior, a proporção é ainda menor: cerca de 0,3% cursou ou concluiu esse nível de escolaridade.


A pesquisa também aponta uma expressiva proporção de usuários em situação de rua, com aproximadamente 40% deles nessa condição. Nas capitais o percentual é mais elevado e chega a 47,3%, enquanto nos demais municípios do país 20% dos usuários regulares de crack relataram essa condição. Os pesquisadores ressaltaram que não significa que esse contingente necessariamente more nas ruas, mas que nelas passa a maior parte de seu tempo.


A maioria dos usuários (65%) obtém dinheiro por meio de trabalhos esporádicos ou autônomos. Atividades ilícitas, como tráfico de drogas e furtos, por exemplo, foram relatadas por uma minoria dos usuários (6,4% e 9% respectivamente). Embora o percentual não tenha sido alto, com apenas 7,5% dos usuários apontando o sexo em troca de dinheiro ou de drogas, os pesquisadores consideraram a frequência elevada se comparada à população geral, já que nesse caso a proporção de profissionais de sexo é inferior a 1%.


O levantamento aponta ainda que aproximadamente metade dos usuários de crack e/ou similares já foi presa ao menos uma vez, sendo que 41,6% foram detidos no último ano. Entre os motivos da detenção, destacaram-se o uso ou posse de drogas (13,9%); assalto ou roubo (9,2%); furto, fraude ou invasão de domicílio (8,5%) e tráfico ou produção e drogas (5,5%). 


Cerca de 10% das mulheres usuárias relataram estar grávidas no momento da entrevista. Além disso, mais da metade das usuárias de crack já haviam engravidado ao menos uma vez desde que iniciaram o uso da droga. A pesquisa indica, ainda, que 44,5% das mulheres entrevistadas relataram já ter sofrido violência sexual na vida, enquanto entre os homens o percentual foi 7%. 


Em relação ao tempo médio de uso, o estudo aponta que nas capitais se estende por aproximadamente 91 meses (cerca de oito anos), enquanto nos demais municípios esse tempo foi 59 meses (5 anos). Mais da metade dos usuários tem padrão de consumo diário, sendo que cada usuário consome em média 16 pedras de crack por dia nas capitais e nos demais municípios, 11 pedras. 
Quando consideradas as diferenças entre os gêneros, nota-se que os homens usam crack por tempo mais prolongado, em média por 83,9 meses, enquanto as mulheres fazem uso por aproximadamente 72,8 meses. O consumo diário, no entanto, é mais intenso entre elas: 21 pedras de crack. Já os homens consomem 13 pedras por dia.


Tratamento


O estudo ainda mostram que 78,9% dos usuários da droga desejam se tratar. No entanto, é baixo o acesso deles aos serviços disponíveis, como postos e centros de saúde, procurados por apenas 20% dos usuários nos 30 dias anteriores à pesquisa; unidades que fornecem alimentação gratuita (17,5%) ou instituições que fazem acolhimento, a exemplo de abrigos, casas de passagem, e os centros de Referência de Assistência Social (Cras), buscados por 12,6% dos usuários.


Em relação aos serviços para tratamento ambulatorial da dependência química nos 30 dias anteriores à pesquisa, o Centro de Atenção Psicossocial para atendimento a usuários de álcool,crack e outras drogas (Caps-AD) foi o mais acessado, ainda que por apenas 6,3% dos usuários. De acordo com os pesquisadores da Fiocruz, esse fato reforça "a premente necessidade de ampliação e fortalecimento desses equipamentos no âmbito da rede de saúde, assim como as pontes (serviços intermediários, agentes de saúde, redes de pares, consultórios de rua) entre as cenas de uso e os serviços já instalados".


A pesquisa também revela que os usuários manifestaram interesse por serviços associados à assistência social e por serviços de atenção à saúde não necessariamente voltados ao tratamento da dependência química, como os ligados à higiene, à distribuição de alimento, ao apoio para conseguir emprego, escola ou curso e atividades de lazer. Esses aspectos foram citados por mais de 90% dos entrevistados como fundamental para facilitar o acesso e o uso de serviços de atenção e tratamento.


Crack, é possível vencer 

Lançado em dezembro de 2011, o programa Crack, é Possível Vencer é um conjunto de ações do governo federal para enfrentar questões relacionadas ao uso do crack e de outras drogas. A iniciativa tem como objetivo aumentar a oferta de tratamento de saúde e atenção aos usuários de drogas, enfrentar o tráfico e ampliar mecanismos de prevenção. 


As ações estão estruturadas em três eixos: cuidado, autoridade e prevenção. O primeiro inclui ampliação e qualificação da rede de atenção à saúde voltada aos usuários. No eixo autoridade, o foco é a integração de inteligência e cooperação entre Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e polícias estaduais, a realização de policiamento ostensivo nos pontos de uso de drogas nas cidades, além da revitalização desses espaços. Já o eixo prevenção abrange ações nas escolas, nas comunidades e de comunicação com a população.


Acompanhamento das ações


Para que a população acompanhe o andamento das ações do programa em seus estados e municípios, o governo federal lançou em agosto deste ano o Observatório “Crack, É Possível Vencer”. Na página de internet é possível buscar os serviços das redes de saúde e assistência social voltados para o atendimento do usuário de drogas, além dos resultados do programa na área de segurança pública e prevenção. As informações estão organizadas nos três eixos centrais do “Crack, é Possível Vencer”: Prevenção, Cuidado e Autoridade.

Fonte: site BRASIL.GOV.BR