Governo anuncia plano contra crack que prevê internação compulsória
A presidente Dilma Rousseff lançou um conjunto de ações para enfrentar o avanço do crack e prometeu investir R$ 4 bilhões para aumentar a prevenção, o combate às drogas e o tratamento a dependentes.
O Governo Federal lançou nesta quarta-feira (7) mais um programa de combate à epidemia de crack. O plano integra as áreas de saúde e de segurança. E pretende evitar que os dependentes voltem às ruas e ao vício.
Um menino vestido de farrapos chorou e pediu ajuda aos policiais. Ele é mais uma vítima do crack. É a 14ª vez que a polícia tenta acabar com esse reduto de usuários da droga na Favela do Jacarezinho, subúrbio do Rio. Nesta quarta-feira (7), os policiais recolheram 82 adultos e sete crianças.
“O que podemos fazer no momento é tentar convencê-los a se tratar. Dar uma chance de tratamento e dignidade”, explica a delegada Valéria Aragão.
Os policiais recolhem os dependentes de crack e encaminham para centros de reabilitação. No Rio, desde maio deste ano, os menores de idade, usuários de crack, passam por uma triagem e podem ser internados mesmo contra a vontade por decisão da Justiça.
Nesta quarta, em Brasília, a presidente Dilma Rousseff lançou um conjunto de ações para enfrentar o avanço do crack e prometeu investir R$ 4 bilhões para aumentar a prevenção, o combate às drogas e o tratamento a dependentes.
As metas são as mesmas do programa nacional de combate ao crack, lançado pelo ex-presidente Lula no ano passado. Segundo o Ministério da Justiça, R$ 410 milhões foram aplicados em ações como capacitação de profissionais, operações para apreensão de drogas e também em pesquisa.
Com o novo programa, o Ministério da Saúde promete criar consultórios itinerantes e quase 2,5 mil leitos nos hospitais públicos para tratar crianças e adultos, que depois de avaliados poderão ser internados mesmo que não queiram.
“Essa avaliação para internação tem que ser feita por profissionais de saúde. É fundamental ter esse mecanismo para situações de risco de vida, como medida de proteção à vida”, afirma o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
“Nós precisamos aproveitar bem esse dinheiro. Mas também que haja uma continuidade, senão, esse adolescente, essa criança, vai voltar para a rua, vai voltar para a cracolândia e vamos perder, de certa forma, os recursos investidos”, avalia o psiquiatra Jairo Werner.
Fonte: g1.globo.com
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