O governo federal apresentou, nesta quinta-feira (19), os resultados das pesquisas “Estimativa do número de usuários de crack e/ou similares nas capitais do país” e “Perfil dos usuários de crack e/ou similares no Brasil”. Segundo a Fiocruz, autora das pesquisas, este é o maior e mais completo levantamento feito sobre o assunto no mundo. O estudo apontou que o consumo de crack e de drogas similares é feito por, aproximadamente, 370 mil pessoas nas capitais e no Distrito Federal. A pesquisa também traçou o perfil dos usuários: homens (78,7%), com de idade média de 30 anos e encontram-se em situação de rua (47,3%). (acesse aqui o Livreto Domiciliar e aqui o Livreto Epidemiológico)
Os resultados foram apresentados durante coletiva de imprensa que reuniu o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, o secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Helvécio Magalhães, a secretária de Assistência Social do Ministério do Desenvolvimento Social, Denise Colin, e secretaria nacional de Segurança Pública, Regina Miki e o secretário Vitore Maximiano, da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad).
“A pesquisa mostra que estamos no caminho certo em relação às ações que o governo federal realiza por meio do programa Crack, é Possível Vencer. Os resultados certamente nos ajudarão a aprimorar e integrar ainda mais a política, além de fortalecer a atual rede de atendimento a usuários de crack e outras drogas”, afirmou o secretário Helvécio Magalhães.
Para o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, os usuários de crack devem ser considerados dependentes químicos e, portanto, passíveis de tratamento, e não tratados com sanções penais. "A maior parte dos usuários são pessoas de extrema vulnerabilidade social. Quando você vai ouvi-las, ao contrário do que muitos pensam, 80% querem tratamento e 92% querem apoio para conseguir emprego ou ensino para se reinserir socialmente", disse.
Crack, é Possível Vencer – Lançado em 2011, o programa já teve o aporte de R$ 1,5 bilhão para ações integradas de segurança, cuidado e assistência de dependentes químicos. Deste total, R$ 1,4 bilhão foram investidos pelo Ministério da Saúde em ações para implementação e custeio de serviços que atendem aos usuários de crack.
“A pesquisa mostrou que os próprios usuários avaliam o CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) como melhor opção pública para tratamento. Disseram ter interesse em se recuperar. O que nos temos que fazer é mostrar para eles os caminhos. Seja nos Consultórios nas Ruas, Unidades de Acolhimento, CAPs e Enfermarias Especializadas”, destacou Helvécio Magalhães.
Com a aplicação de recursos foram criados 1885 novos leitos nesses serviços. Em todo o país, foram habilitados e estão em funcionamento 37 CAPS AD III (370 leitos), 60 Unidades de Acolhimento (900 leitos), 85 Consultórios na Rua e 615 leitos em enfermarias especializadas em álcool e drogas em hospitais gerais.
Atualmente, os CAPs Álcool e Drogas podem realizar mais de 7 milhões de atendimentos a dependentes químicos por ano (em 2011 essa capacidade era de 6,2 milhões de procedimentos – o que corresponde a aumento de 25%).
Na área de direitos humanos, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR) atua na articulação e fortalecimento das redes no âmbito das crianças e adolescentes. Uma das principais ações é a capacitação de profissionais através da formação continuada nas Escolas de Conselhos, voltada a conselheiros tutelares e de direitos, e nas Escolas do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase).
Além disso, a SDH/PR promove a realização de oficinas de mobilização de adolescentes membros dos Observatórios dos Adolescentes, presentes em 12 estados brasileiros. Para os adolescentes em conflito com a lei envolvidos com o uso de álcool e outras drogas, o Plano Decenal do Sinase prevê ações de qualificação das redes de atenção à saúde.
Fonte: site brasil.gov.br
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