quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Zona Sul passará a contar com Comunidade Terapêutica para mulheres

Dependência química

                                                                                                                                                 
Serão nove meses de tratamento entre as fases de reabilitação e reinserção social.
 A partir de sexta-feira (30), a Zona Sul passará a contar com a primeira Comunidade Terapêutica para mulheres. A unidade - sob responsabilidade do Centro de Reformulação Comportamental Renascer - terá 20 leitos e já abrirá com lotação máxima. A lista de espera é de 25 pessoas; 90% delas moradoras de Pelotas. Isso, antes mesmo da divulgação de que a casa está prestes a inaugurar.

A intenção da equipe é de que as dependentes químicas grávidas também possam ser acolhidas e, em parceria com o Executivo, recebam a chance de realizar o pré-natal enquanto permanecem internadas, com vistas à prevenção das crises de abstinência sofridas pelos recém-nascidos. O trabalho seguirá o modelo já adotado na Comunidade dirigida ao público masculino, em funcionamento há quatro anos. Ao invés do período de um ano, todavia, serão nove meses de tratamento entre as fases de reabilitação e reinserção social.

Afora o suporte técnico com psicólogos e psiquiatra, as mulheres - adolescentes a partir dos 16 anos de idade e adultas - irão realizar atividades de terapia ocupacional, como o cultivo de horta, jardinagem e confecção de artesanato. Tudo para que possam dar início a uma nova fase de vida, alicerçada no tripé trabalho-disciplina-espiritualidade. Um processo que se estenderá também ao lado de fora da Comunidade Terapêutica, com a rede de proteção, e, claro, depende - e muito - do envolvimento da família. "Estamos há quase sete meses envolvidos na concretização desse novo projeto e sabemos da grande demanda que existe", enfatiza um dos fundadores da Renascer, Cristiano Vargas.

Uma doença democrática
A dependência química é doença primária que não faz distinção de sexo, faixa etária, nível socioeconômico e grau de instrução. Não há um perfil específico. "É uma doença extremamente democrática", resume o responsável técnico pela Comunidade, o psicólogo Ricardo Valente. No caso das mulheres, entretanto, há um agravante: as drogas costumam causar danos ainda maiores, embora elas representem parcela menor, se comparado ao total de homens no universo de usuários - explica.

"Por questões neuroendócrinas, os níveis de intoxicação são maiores entre as mulheres e, também devido a causas hormonais e metabólicas, as recaídas são mais comuns". Daí a relevância de iniciativas como esta que se concretizará com o corte da fita, marcado para sexta-feira, às 18h, no Capão do Leão.

União de esforços
A Comunidade Terapêutica feminina funcionará em área de 3,5 hectares. A casa, com quatro dormitórios, foi reformada e mobiliada com apoio das empresas Expresso Embaixador, Usimec, Dimatiel e Treichel. A manutenção da casa e a prestação de serviços dependerá dos cerca de 200 sócios-contribuintes - embora nem todos façam doação mensal - e também do pagamento a ser feito pelas famílias das mulheres em tratamento. O teto máximo será de um salário mínimo, que daria o equivalente a R$ 20,00 pagos por dia.

A secretária de Saúde, Arita Bergmann, comemora o projeto e garante que, se a unidade atender aos requisitos técnicos mínimos de funcionamento, assim como as exigências da vigilância sanitária, a prefeitura tem total interesse em reservar parte das vagas a atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Informe-se
A Casa de Triagem da Comunidade Renascer funciona na rua General Neto, 491. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (53) 3305-7053.

Fonte:  Michele Ferreira - Diário Popular de 25 de novembro de 2012.

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