terça-feira, 16 de agosto de 2011

Seminário debate soluções para tratamento da dependência química



O rap de protesto do grupo pelotense Manifesto foi a trilha sonora da defesa da internação compulsória de dependentes químicos, feita pela deputada Miriam Marroni (PT), na abertura do Seminário Estadual de Combate ao crack e outras Drogas Ilícitas. Promovido pela Assembleia Legislativa, por intermédio da Subcomissão contra o Crack, e Câmara dos Deputados, por meio da Comissão Especial de Políticas Públicas contra as Drogas (Cedroga), ocorreu na última sexta-feira (12) no plenário 20 de Setembro.

O drama de uma mãe tentando tirar seu filho das ruas e do vício das drogas foi levado para o cenário das discussões políticas, num breve esquete interpretado por integrantes do grupo Mães contra o Crack e pelos rappers, seguido de apresentação de músicas do grupo pelotense, formado por ex-usuários de crack. “Agora ‘tô’ aqui e não consigo parar quieto, ouvindo umas vozes e catando os farelos. O crack tomou conta e por aqui vai dominando, depois de vender todo o negócio, só roubando”, são os versos da música Poço do Mundão, escrita pelo hoje pedreiro Dariel de Oliveira, 21 anos, usuário de crack dos 15 aos 19 anos.  “Só parei quando a minha segunda filha, Laisla, nasceu. Estou me esforçando para continuar assim”, afirmou.
Soluções - Na abertura do seminário, a proponente e relatora da subcomissão, deputada Miriam Marroni (PT), anunciou que apresentará projeto de lei instituindo o Sistema Estadual de Internação Compulsória, destinado a definir procedimentos, integrar a cadeia de atendimento e fortalecer a rede de tratamento e pós-tratamento. “O vício é uma doença e deixar doentes sem tratamento é um crime. Sou favorável à internação compulsória de quem comprovadamente não tem mais discernimento da realidade e atenta contra a própria vida. Isto tem de ser política pública”.

Para a deputada, as soluções para o problema da dependência química não respondem com a presteza e a agilidade que a situação atual exige, pois independem de “boa vontade”. “O que precisa ser corrigido é o modelo, o fluxo de atuação do poder público, que não se interliga, é estanque, sem continuidade”, sustenta.
Painéis - A abertura teve ainda pronunciamentos do presidente da Cedroga, deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG), do coordenador da comissão no Rio Grande do Sul, deputado Veira da Cunha (PDT), do sub-procurador geral do estado, Marcelo Dornelles, e do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Adão Villaverde (PT). Após, ocorreu o painel “Uma abordagem contemporânea das drogas”, com os secretários estaduais de Saúde, Ciro Simoni, e da Justiça, Fabiano Pereira, com mediação do deputado Reginaldo Lopes.

À tarde, o segundo painel foi sobre “Redes de Tratamento”, com participação do representante da Central Única das Favelas (Cufa) no Estado, Manoel Soares, e da integrante do grupo Mães contra o Crack, Elaine Jung, mediado pela deputada Miriam Marroni. O terceiro painel  tratou de “Internação Compulsória”, com a participação da secretária nacional de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente, Carmem Oliveira, e do deputado federal Osmar Terra (PMDB), coordenado pelo secretário da Associação do Ministério Público, Márcio Bressane. O último painel abordou a questão da “Descriminalização das drogas”, com abordagens do deputado Veira da Cunha e do subprocurador Marcelo Dorneles, com mediação do ex-secretário de Saúde Germano Bonow.

Nenhum comentário:

Postar um comentário