quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Pesquisa paulista aponta os riscos do consumo precoce de drogas

Quanto mais precoce o consumo de uma droga de abuso, mais o indivíduo se torna vulnerável à dependência. Foi o que mostrou um estudo com camundongos conduzido no Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP).
Ao administrar doses de álcool em animais adolescentes e adultos, os pesquisadores constataram que os mais jovens apresentaram uma compulsão maior ao consumo após um período de abstinência.
Segundo os pesquisadores, o resultado também pode valer para outros tipos de drogas de abuso, que englobam desde anfetaminas até entorpecentes pesados como cocaína e heroína, passando pelo cigarro e pelo álcool.
"Drogas de abuso são aquelas que induzem à fissura pelo seu consumo seja pelo prazer proporcionado, seja pelos efeitos desagradáveis que a interrupção de seu uso provoca", disse a coordenadora da pesquisa, Rosana Camarini, professora do ICB-USP, à Agência FAPESP.
O trabalho, apoiado pela FAPESP por meio da modalidade Auxílio à Pesquisa - Regular, terá seus resultados apresentados na 25ª Reunião da Federação de Sociedades de Biologia Experimental (FeSBE), que começou na quarta-feira (25/8) e vai até sábado em Águas de Lindoia (SP).
Rosana analisou quatro grupos de camundongos: adolescentes que recebiam doses de álcool e adolescentes tratados com solução salina e adultos divididos nessas mesmas categorias (com e sem a administração de álcool).
Entre as diferenças observadas está que os adolescentes que receberam álcool apresentaram tolerância à droga, enquanto que os camundongos mais velhos sob o mesmo tratamento responderam com uma sensibilização ao álcool.
Rosana conta que ambos são fenômenos neuroadaptativos provocados pelo uso contínuo da droga. A sensibilização é um aumento do efeito que a droga apresenta ao longo de um período de consumo.
Já a tolerância, observada nos animais adolescentes, significa a redução desses efeitos. Nesse caso, o indivíduo precisará de doses maiores do produto para conseguir obter as mesmas sensações proporcionadas pelas doses iniciais.
Em uma outra etapa, os pesquisadores separaram os camundongos adolescentes e adultos que haviam recebido álcool. Colocados individualmente em uma gaiola, cada um poderia escolher entre dois recipientes, um com água e outro com álcool. O frasco com etanol continha doses que eram aumentadas gradualmente, de 2% a 10%.
"Nessa etapa, não detectamos diferenças entre os dois grupos. Porém, após a dose de 10%, resolvemos retirar o álcool para estabelecer um período de abstinência", disse a professora da USP, explicando que se trata de um teste para verificar se o animal se tornou ou não dependente da droga.
Ao serem novamente expostos ao álcool, os animais mais jovens começaram a beber gradativamente mais, enquanto que os adultos mantiveram o consumo que apresentavam antes da abstinência.
Já os animais controle, tratados previamente com solução salina, não apresentaram um aumento no consumo ao serem expostos ao álcool em ocasiões diferentes. E isso se verificou tanto nos indivíduos jovens como nos adultos.
Rosana ressalta que nessa etapa da pesquisa os animais tratados com álcool na adolescência já estavam adultos, considerando que a adolescência dos camundongos dura apenas 15 dias.
Alterações neuroquímicas
"O que podemos concluir dessa experiência é que o contato prévio do adolescente com o etanol acaba induzindo alguma modificação que faz com que, quando adultos, eles fiquem muito mais vulneráveis ao consumo", disse a pesquisadora.
Isso ocorre porque a droga provoca alterações neuroquímicas que interferem no processo de formação do cérebro do adolescente.
Um bom exemplo é que os adolescentes apresentam uma liberação bem maior de glutamato quando expostos ao álcool, se comparados aos adultos. Esse aminoácido tem efeito excitatório sobre o sistema nervoso central.
"O consumo de álcool aumenta o número de receptores para o glutamato e, quando se retira a droga, permanecem inúmeros receptores ávidos por esse aminoácido que não está mais lá", disse. Convulsões associadas à abstinência, por exemplo, estão relacionadas ao glutamato.
Por essa razão, Rosana estima que indivíduos com experiência precoce com drogas tenham maior probabilidade de apresentar síndromes de abstinência mais severas.
Outro efeito do álcool sobre organismos jovens seria a redução da proteína Creb, responsável pela transcrição de determinados genes. Vários estudos feitos com animais aplodeficientes de Creb mostraram que isso provocava um consumo maior de álcool.
A redução desse mesmo neurotransmissor também é observada em indivíduos que consumiram álcool durante a adolescência.
"Parece que todas essas alterações neuroquímicas observadas nos adolescentes estão relacionadas ao fato de eles quererem consumir mais álcool", disse. As drogas interferem no processo de remodulação do sistema nervoso central que ocorre durante a adolescência.
Essas transformações neuroquímicas explicam alguns comportamentos típicos dessa fase da vida, como a propensão a correr mais riscos e a procura por experiências que causem euforia.
Rosana cita como exemplo a presença maior de dopamina na região do córtex pré-frontal do cérebro adolescente. Trata-se de uma área relacionada a analisar riscos e tomar decisões e que, além de não estar totalmente formada na adolescência, recebe dopamina em doses maiores que a de um adulto. "A presença das drogas de abuso interfere nesse processo natural que já é bem complicado", pontuou.
Os efeitos observados levaram os autores do estudo a reforçar a importância de aplicações de políticas públicas para proteger o adolescente. Como exemplo, a professora do ICB-USP cita a lei que proíbe a venda de bebidas alcoólicas para menores de idade.
"Leis como essa se justificam, pois o contato precoce com a droga pode resultar posteriormente em uma vulnerabilidade maior à dependência quando a pessoa é exposta novamente à droga, em comparação àqueles que não tiveram essa experiência prévia", afirmou.

Fonte: http://www.oreporter.com/detalhes.php?id=25464, Por Fábio Reynol

domingo, 12 de dezembro de 2010

Miriam Marroni denuncia violação dos Direitos Humanos em presídio local e recebe Maria do Rosário em audiência pública

Proposta pela vereadora e Deputada Estadual eleita, Miriam Marroni (PT), a audiência pública em comemoração ao aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, na tarde da última sexta-feira (10), teve formato inovador - como um programa televisivo de auditório - e lotou o Plenário da Câmara de Vereadores de Pelotas. Para Miriam, a inovação mostra que o tema dos Direitos Humanos pode - e deve - ser tratado com maior proximidade, menos formalidades, que normalmente há entre uma mesa composta de autoridades e o público. "Essa sala de visitas tem a intenção de nos aproximar. Além de mostrar que os Direitos Humanos são um assunto a ser tratado com naturalidade no nosso cotidiano", explicou Miriam. Para a vereadora, assim a indignação à violação dos direitos humanos será inserida na cultura geral, com o objetivo de reduzir as desigualdades sociais, discriminação e preconceito.


Saúde, educação, crack e presídios foram alguns dos temas abordados. O destaque e a principal pauta levantada foi a luta pela educação de turno integral. Muitos representantes de órgãos e entidades puderam fazer suas manifestações referentes ao tema. Na sala de visitas, tiveram uma conversa franca com Miriam e o público presente.

A deputada federeal e futura ministra da Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário, se atrasou devido a agendas anteriores na Capital. Quem ficou para recebê-la, não se arrependeu. Por cerca de meia hora, ela falou da felicidade de estar em Pelotas, junto de Miriam e do colega Fernando Marroni (PT), que, segundo ela, representa a cidade e a região com tanto amor na Câmara dos Deputados. "Estou muito emocionada e feliz. Esta é minha primeira participação pública depois do anúncio que assumirei como ministra. Também parabenizo minha amiga Miriam pelo seu trabalho de que me orgulho tanto e pelo Marroni ter conseguido a vaga tão merecida. Por tudo isso, já fica aqui firmada a nossa parceria".
Após falar sobre as políticas públicas implantadas pelo Lula na área dos Direitos Humanos, dos desafios e da missão confiada pela presidente eleita, Dilma Rousseff, Maria se despediu com um voto de confiança. "Preciso de cada um de vocês em cada momento deste novo trabalho". Miriam finalizou agradecendo e presenteando-a com um dos principais símbolos da cidade. "Para um doce coração, doces de Pelotas".

Denúncia de violação dos Direitos Humanos: momento de indignação

Durante a audiência que durou mais de quatro horas, um momento indignou o público. A integrante do grupo Mães contra o Crack, Gracinda Feijó, contou que durante a operação "pente fino", realizada ontem (9) no presídio regional de Pelotas, cerca de 20 mulheres - entre elas a sua filha - foram revistadas e tiveram de ficar nuas em frente de aproximadamente cem homens, entre policiais militares e agentes penitenciários. "Cinco policiais mulheres fizeram a revista, mas as detentas tiveram de ficar nuas em frente a uma centena de homens. Isso é muito humilhante. Milha filha errou e está no semi-aberto pagando pelo seu erro. Não é humano ter de ainda passar por um constrangimento desses". Ela ressaltou que a filha, depois de contar o ocorrido, chorou a manhã inteira. A vereadora Miriam informou que na próxima segunda-feira, fará uma denúncia oficial para que se abra uma sindicância para investigar o caso e para que as devidas providências sejam tomadas. O depoimento de outras duas mães, integrantes do movimento, emocionou as pessoas que prestigiavam o debate.

Santa Casa deverá abrir 20 leitos para dependentes químicos



A ideia é antiga. Porém, mesmo após 13 anos a temática segue atual e cada vez mais alarmante. A epidemia do crack se expandiu rapidamente em todo o país e para combater sua disseminação a Santa Casa de Pelotas reativou um projeto que prevê a instalação de aproximadamente 20 leitos para tratamento de dependentes químicos.

De acordo com o advogado e procurador da Santa Casa de Misericórdia de Pelotas, Celso Haical, a ideia surgiu em 1997. No entanto, algumas dificuldades como a falta de espaço e as despesas financeiras acabaram por invalidar o projeto.

Mediante uma parceria com o deputado federal Fernando Marroni (PT) foi disponibilizada verba para que o hospital promova uma clínica para atendimento psiquiátrico na área de dependentes químicos. Porém, Haical explica que um dos contrapontos é que a Santa Casa não possui experiência na área psiquiátrica.

Assim que o projeto for concluído, será avaliado pelas universidades federais do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, pela Associação de Juízes e pelo Ministério Público. O advogado ressalta que hoje prevenir e tratar os pacientes que utilizam o crack é uma questão de saúde pública.

Segundo o advogado e procurador da Santa Casa, o desejo de concretizar esta ideia é muito grande e só não será realizado, se for inviabilizado pelos órgãos públicos.

Fonte: Diário Popular
http://www.diariopopular.com.br/site/content/noticias/detalhe.php?id=6&noticia=30920

Mais leitos: Santa Casa pode ter ala para drogados

Sancler Ebert, Zero Hora
A epidemia do crack chamou a atenção da Santa Casa de Pelotas que reativou seu antigo projeto para instalação de uma clínica de atendimento para dependentes químicos. De acordo com médico Celso Haical, que está envolvido no projeto, a ideia ainda é embrionária. O plano é usar um dos andares da estrutura atual, com 600 metros quadrados, onde ficava a morada das freiras e que está fechado, para construção da ala especializada para atendimento de dependentes.

Como nunca trabalharam com a área, os gestores da Santa Casa procuraram o Instituto Crack Nem Pensar do Grupo RBS para receber um apoio técnico para transformar a ideia em realidade. O projeto receberia emendas do deputado federal Fernando Marroni (PT). Pelotense, o político foi um dos incentivadores para a construção da ala. Entre as questões ainda em estudo pela instituição estão a manutenção da ala e o custo para a adequação da estrutura atual.
A Santa Casa de Pelotas já tinha intenção de montar uma ala para dependência química desde 1997. No entanto, o projeto nunca foi levado adiante. O apoio governamental para projetos da área também foi levado em conta pela instituição.

Fonte: ClicRBS Pelotas
http://wp.clicrbs.com.br/pelotas/tag/drogas

Mobilização Mães contra o Crack chama a atenção da comunidade no Calçadão


A mobilização realizada pelo grupo Mães contra o Crack, na manhã de sábado (4), no Calçadão de Pelotas, foi um pedido de socorro e um grito de alerta à população que passava pelo Centro para a epidemia que se transformou o consumo da pedra. Com distribuição de panfletos, depoimentos e apresntações artísticas do grupo Renovação, que atende cerca de 50 crianças e jovens do Pestano e Getúlio Vargas, o movimento ganhou visibilidade e apoio da comunidade que pode conhecer a luta diária das quase cem integrantes do Mães contra o Crack.

Segundo a criadora e coordenadora do movimento, a vereadora e deputada estadual eleita, Miriam Marroni (PT), a intenção é mostrar a inconformidade dos quase cem integrantes e de que o grupo está cada vez mais unido para continuar pressionando o poder público pela implantação de políticas públicas de tratamento adequado aos viciados. "Alcançamos nosso objetivo de mostrar para a sociedade a nossa luta, que não se restringe apenas às famílias diretamente atingidas por esse desafio destruidor, pois a próxima vítima pode ser você, visto que qualquer cidadão está sujeito aos crimes e contravenções de usuários de drogas. Miriam destaca que, sem tratamento adequado, só restam dois caminhos para os dependentes: o presídio ou o cemitério.
 
Além da manifestação da vereadora Miriam, mães e, até mesmo, ex-dependentes tiveram a oportunidade de fazer o uso da palavra e contar um pouco da sua história, emocionando aos integrantes do grupo e também a quem passava. O grupo Renovação também atraiu olhares curiosos e de admiração com uma rápida esquete de representação da entrada dos jovens no mundo das drogas fantasiados de caveira, mostrando que o crack nada mais é que a representação da morte, fantasiados de caveiras. Em seguida, foi a vez do grupo artístico acabar com o clima de tristeza e angústia, trazendo alegria, motivação e superação com a apresentação de coreografias em ritmos contagiantes.
O principal objetivo do grupo é a reivindicação de tratamento especializado para os usuários, por meio de leitos em hospital geral, plantão psiquiátrico, requalificação do Caps e implantação do Caps3 (24 horas), comunidade terapêutica conveniada com o SUS e vagas em cursos profissionalizantes. E essa luta continuará e se expandirá para fora do município, durante o mandato de deputada estadual, que a vereadora Miriam Marroni assumirá no final de janeiro.
CONFIRA MAIS FOTOS NO ÁLBUM DO ORKUT

 

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Exemplos de quem superou o vício

No último domingo, a Zero Hora publicou reportagem sobre a distância do vício, intitulada: um salto sobre o crack. Nela é mostrado a história de quatro dependentes químicos que já estiveram nas páginas do jornal. Procurados novamente, esses jovens contam como batalham todos os dias para se manter em abstinência. Família, trabalho, religião e disciplina fortalecem o período longe da droga e permite reaver a esperança perdida.

Campeão de hipismo: o cavaleiro gaúcho Rodrigo Garcia Bass, 31 anos, campeão vitorioso em competições de hipismo, era habituado a superar obstáculos até encontrar diante de si uma pedra de crack. Durante dois anos, sua carreira e seu patrimônio definharam devido à dependência química. Agora ele se apronta para dar uma demonstração pública de que a droga não é uma barreira intransponível. Afastado da pedra, no próximo domingo, o cavaleiro comapeão vai voltar a competir. O caso dele é emblemático porque ele se firmou como uma das principais estrelas do hipismo gaúcho ao se sagar uma vez campeão nacional, outra vice-campeão e conquistar três títulos regionais.

Estacionamento: empregado há um mês em um estacionamento no Centro da Capital, Rodrigo de Souza Barros, 34 anos, comemora uma atribuição corriqueira da nova rotina como se fosse um prêmio. Ele deu alta há seis meses. Ele é ex-garçom, não poderia voltar a trabalhar com isso por ficar perto da bebida. Desde os 15 anos consumia álcool, maconha e cocaína... até se afundar no crack. Até setembro do ano passado estagiou na Pastroral de Auxílio ao Toxicômano, administradora da fazenda onde ele se trataou. A família toda precisa ser tratada e continua frequentando os encontros (o filho, pais e irmãos).

A RECUPERAÇÃO (DICAS!!!)
Tratamento costumam passar por três estágios

DESINTOXICAÇÃO: é a fase incial do processo de recuperação! Conforme a gravidade do caso, pode exigir a internação do usuário para para suportar as primeiras semanas de abstinência. Se houver necessidade, podem ser ministrados medicamentos como antipsicóticos, moduladores de humor, ansiolíticos ou antidepressivos. Duração: pode se estender de dias até alguns meses.

TRATAMENTO INTENSIVO: mesmo após a internação, o paciente permanece sob cuidado frequente, mais de uma vez por semana. O atendimento deve ser multidisciplinar, envolvendo psicoterapia, participação em grupos de apoio, terapia familiar, oficinas ou retorno ao trabalho, preferencialmente com apoio de amigos e familiares. Deve-se manter, ainda, monitoramento médico. Duração: geralmente, se não há recaídas, de seis meses a um ano

TRATAMENTO DE LONGO PRAZO: dependerá dos sintomas. Se não houver recaídas, pode-se reduzir a frequencia de atendimentos - mas recomenda-se manter a psicoterapia ou grupos e consultas com um médico periodicamente. O dependente deve manter uma rotina saudável e vínculos sociais. Duração: vários anos.

Tráfico de drogas é um dos principais motivos de insegurança da comunidade

Sete em cada dez ocorrências têm relação direta com o tráfico de drogas

Na série Insegurança, do Jornal Diário Popular - publicada na última semana - o terceiro capítulo mostrou que a epidemia do crack, a violência e o tráfico são apontados como ums dos principais fatores da insegurança da população pelotense. A pesquisa do IPO mostrou que 21% dos entrevistados apontou o tráfico como o crime que mais assusta, enquanto que em 2003, apenas 0,5% se disse preocupado com ações vinculadas ao comércio de drogas. A situação põe autoridades em alerta.
O crescente número de usuários está diretamente ligado ao aumento das ocorrências registradas nas delegacias. No total, foram 324 em toda a cidade, desde o início do ano até o final de setembro, sendo 140 prisões. Para o comandante do 4ºBPM, tenente-coronel Elizeu Vedana, se levado em conta os roubos cometidos por viciados podemos dizer que não existe um dia sem prisões por drogas. "A cada dez ocorrências da Brigada Militar, com certeza, sete tratam disso!", destacou à reportagem do Diário Popular. O Navegantes lidera as ocorrências, sendo 48 com relação direta ou indireta ao tráfico de drogas, desse total, 27 resultaram em prisões.

Comercialização do crack até mesmo pela internet

Confira também as dicas de prevenção e cuidados dadas por um psiquiatra aos pais

A presidente da Comissão de Direitos Humanos, Miriam Marroni, comenta a reportagem espcial da Zero Hora de 17 de outubro, que mostrou mais uma triste e preocupante realidade: o tráfico online. A droga agora também já está sendo comercializada pela internet, sendo pedida via e-mail e é entregue pronta-entrega pelos Correios.
Em comunidades de redes sociais, fóruns de discussão e até mesmo sites oficiais registrados em outros países, cada vez se populariza mais a venda ilegal de drogas na internet, disparando o alerta das autoridades que procuram alternativas para frear o tráfico online. "Um verdadeiro absurdo. Usuários e traficantes usam códigos para negociar por Orkut ou MSN". Eles assediam possíveis clientes e prometem entregas em prazos até um dia, usando serviços dos Correios, como o Sedex.

A NEGOCIAÇÃO
Além de ilegal, a compra de drogas via internet é um negócio arriscado, principalmente por dois motivos: o usuário nã otem nenhuma garantia de que a engrega será feita. Mesmo que o traficante realmente faça o envio, existe a chance de que o pactoe seja interceptado pelas autoridades, que têm reforçado o monitoramento a esse tipo de crime.
A proliferação da venda de drogas por computador desafia as autoridades a encontrar maneiras eficazes de criar barreiras ao envio de encomendas ilegais escondidas em pacotes aparentemente comuns.

O QUE OS PAIS DEVEM SABER (DICAS!!!)
Pais de adolescentes e jovens que costuma passar muito tempo na internet, devem prestar atenção aos filhos para evitar o mau uso do computador. De acordo com o psiquiatra e psicanalista, Sérgio de Paula Ramos, coordenador da unidade de dependência químia do Hospital Mães de Deus - em entrevista à Zero Hora - PAIS PRESENTE REDUZEM EM ATÉ 12 VEZES O RISCO DE DROGADIÇÃO NA FAMÍLIA. Confira algumas dicas dada pelo especialista:
- PROXIMIDADE PATERNA: um fator fundamental de prevenção ao uso de drogas juvenil é a proximidade da figura paterna - que, na ausência do pai real, pode ser exercida por outro adulto. Estudos indicam melhor resultado quando se trata de um homem.
- ATENÇÃO AO USO DO COMPUTADOR: sempre que um jovem dedicar mais tempo e atenção à internet do que a sua vida real, os pais devem entrar em alerta e procurar saber o que há de errado.
- EVITAR POSTURA POLICIALESCA - não adianta estabelecer um excesso de restrições e proibições ao uso do computador. O diálogo deve ser sempre buscado.
- CUIDADO PROLONGADO: alguns pais, quando os filhos chegam à juventude, tendem a repetir para si mesmos que els "já sabem se cuidar" e diminuem o monitoramento. É UM ERRO!!! "Os adolescentes ainda não têm o cérebro plenamente desenvolvido para se cuidarem sozinhos. Embora deselegante, é um imperativo de saúde dizer que muitos pais estão mais preocupados com seus umbigos do que com os seus filhos. No Brasil, tratamos mal os nossos jovens" - afirma Sérgio de Paula Ramos.

Município tem até 6 de novembro para solicitar recursos para o tratamento de usuários de crack

Até o próximo dia 6 de novembro, os municípios brasileiros podem enviar projetos para acessar os mais de R$ 140,9 milhões do Governo Federal do Plano de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas. A verba será destinada a 2,5 mil leitos para tratamento em hospitais gerais; 2,5 mil leitos em comunidades terapêuticas; 520 vagas nas Casas de Acolhimento Transitório; 600 vagas nos Centros de Atenção Psicossocial para Álcool e Drogas (CapsAD) de funcionamento 24 horas; contratação de profissionais da área de saúde mental para reforçar as equipes dos Núcleos de Atendimento do Saúde da Família (Nasf) em 225 cidades; além da capacitação de profissionais e equipes das redes públicas de saúde e de assistência social em prevenção, tratamento e reinserção social de usuários de crack e outras drogas.

As CATs serão ambientes de proteção social e de cuidado integral em saúde para usuários de crack e outras drogas em situação de vulnerabilidade e risco. Trata-se de um abrigamento temporário em espaço de saúde, no contexto de um projeto terapêutico individualizado desenvolvido em Centros de Atenção básica e com dispositivos intersetoriais (saúde, assistência social, direitos humanos, justiça, educação e outros).
As casas terão estratégia de tratamento e reinserção socila do usuário por meio de um conjunto de atividades de caráter ocupacional ou lúdico (esportes, danças, música, entre outros) e qualificação profissional (através de parcerias com instituições como Sebrae, Senac, IF-Sul), por meio de parceria com outras instituições, contrapartidas e outros instrumentos essenciais para o seu funcionamento.

Conheça as três modalidades:
- CAT1: até 10 leitos, até 40 dias de internação, população mínima de 100 mil habitantes. Recursos de R$ 120 mil para implantação (parcela única) e R$ 18 mil mensal.
- CAT2: até 20 leitos, até 40 dias de internação, população mínima de 250 mil habitantes. Recurso de R$ 180 mil para implantação e R$ 24 mil mensal.
- CAT3: até 12 leitos para crianças e adolescentes, até 90 dias de internação. Voltado para uma população bastante específica, sendo que as demandas de intersetorialidade aponta para uma rede mínima municipal diferente, que apresente Centro de Referência Assistencial (CRAS), Centro de Referência Especializado em Assistência Social (CREAS), CAPSi ou CAPSAD que desenvolvem ações com crianças e adolescentes. Recurso de R$ 180 mil e R$ 24 mil mensal.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Palestra marca um ano do movimento Mães contra o Crack

 
Hoje (20) o Grupo Mães contra o Crack completa um ano de fundação. Para marcar a passagem desse primeiro ano de árduo trabalho e lutas, cerca de 30 pessoas, entre jovens e familiares - residentes na vila Ambrósio Perret, se reuniram na tarde da última segunda-feira para participarem da palestra ministrada pela coordenadora do movimento, a vereadora e deputada estadual eleita, Miriam Marroni (PT). Na ocasião, com conhecimentos da sua formação de psicóloga, Miriam prendeu a atenção dos presentes com a explicação sobre a juventude, período marcado pela falta de noção de perigo, princípio do prazer e vontade de romper limites, três características básicas do adolescente. E que, por isso, é a fase mais propícia para a experimentação das drogas.
No encontro ainda foram abordados as lutas do grupo por tratamento adequado e, principalmente, a questão primordial que é a prevenção. Para Miriam, ela só é possível com a implantação de programas para preencher o tempo e a mente ociosos dos jovens, com atividades esportivas e culturais, para fortalecimento da autoestima. "E isso só é possível com a educação de turno integral, onde a criança e o adolescente passam manhã e tarde, almoçam, estudam, têm reforço e participa de atividades prazerosas". Miriam destacou ainda a importância a necessidade de não apenas transmitir o conteúdo didático, mas sim valores". 

sábado, 16 de outubro de 2010

Miriam Marroni apresenta balanço do primeiro ano de ações do Mães contra o Crack

 
Grupo é presenteado com cinco vagas gratuitas na Comunidade Terapêutica Shekinah
 Oito novas "Mães contra o Crack" se apresentaram na reunião do grupo, na tarde de ontem (15), no hall de entrada do Plenarinho da Casa Legislativa Municipal. O local ficou pequeno para os mais de 40 participantes, que assistiram a um vídeo de retrospectiva das ações realizadas desde a fundação do movimento - em 20 de outubro do ano passado - e ouviram atentos as propostas e reivindicações elencadas pela vereadora e deputada estadual eleita que também coordena o grupo, Miriam Marroni (PT). Os presentes puderam fazer um verdadeiro balanço das atividades realizadas neste período.
A discussão sobre a falta de atendimento apropriado para a cada vez mais crescente demanda foi interrompida brevemente por uma boa causa: o pastor Gilnei Lourenço, coordenador da Comunidade Terapêutica Shekinah, anunciou a oferta de vagas para os filhos das mães integrantes do grupo. "Estou oferecendo cinco vagas gratuitas. Mas o próprio dependente tem de querer se internar". Na próxima semana será combinado entre o gabinete da vereadora e a coordenação da comunidade os critérios para seleção dos pacientes. "Ficamos muito agradecidas pela gentileza tão necessária. E vamos continuar lutando por mais do SUS", observou Miriam.

Pastor Gilnei interrompeu brevemente para dar a boa notícia

Inúmeras participantes deram depoimento para agradecer o apoio recebido da vereadora e pela amizade feitas com as outras mães, fato que, segundo depoimento, "deu um pouco de paz a minha vida e força para conseguir vencer a batalha". As novas integrantes também tiveram a oportunidade de contar suas histórias, sendo ouvidas com atenção, aplaudidas e bem recebidas pelo restante do grupo. Miriam é incansável em sua luta. "O recurso do Governo Federal existe, foi ampliado e já está disponível para a concretização das nossas demandas. Só basta o município se habilitar a recebê-lo e, para isso, é preciso elaborar projetos".
No encontro foi relatado ainda a reunião da vereadora Miriam Marroni com a Defensoria Pública, na última segunda-feira. Ela se reuniu com a defensora pública, Patrícia Alcântara, para estreitar laços com a defensoria com o objetivo de agilizar os encaminhamentos de internações compulsórias feitos pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Vereadores. Miriam foi acompanhada pela estagiária da Comissão e responsável pelo atendimento às mães e encaminhamento dos pedidos, Paula Ferreira Pereira, e também da integrante do grupo Mães contra o Crack, Sílvia Taborda. "Temos de entender que a dependência química é uma doença crônica, que tira dos usuários de crack a consciência da realidade e capacidade de decisão. A ação da droga no organismo é tão rápida e devastadora, que não dá para esperar até que os dependentes queiram se tratar. Essa espera é muito perigosa! Por isso a necessidade de agilização das internações compulsórias".

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Miriam Marroni apresenta balanço do primeiro ano de ações do grupo Mães contra o Crack

Grupo caminhou de mãos acorrentadas para chamar a atenção das autoridades

A vereadora e deputada estadual eleita, Miriam Marroni (PT), convida as integrantes do grupo Mães contra o Crack para participar de mais uma reunião, amanhã, às 14h, na Câmara de Vereadores de Pelotas (rua 15 de Novembro, 207). O evento também será aberto ao público em geral interessado em conhecer as ações e trabalho desenvolvido pelo movimento e, principalmente, a possíveis novos membros.
A reunião marcará a passagem do primeiro ano de trabalho (que será completado no próximo dia 20), com a retrospectiva e balanço das ações do grupo desde o seu início. Serão apresentados os encontros com o Ministério Público, com a Presiência da Câmara de Vereadores, com a Superintendência Regional da Caixa Federal e com a Defensoria Pública. Além da realização de inúmeras palestras de prevenção por diversas escolas estaduais e municipais de Pelotas, inclusive em várias cidades do Estado. "Vamos divulgar ainda o Plano de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas, que no mês passado lançou editais e portarias para os municípios acessarem mais de R$ 140 milhões para a criação de leitos em hospitais gerais, leitos em comunidades terapêuticas, vagas nas Casas de Acolhimento Provisório e nos Centros de Atenção Psicossocial para Álcool e Drogas (CAPsAD) de funcionamento 24 horas. O recurso do Governo Federal foi ampliado e já está disponível, só basta o município se habilitar a recebê-lo e, para isso, é preciso elaborar projetos".
Na última segunda-feira, véspera de feriado e ponto facultativo na Casa do Povo, a vereadora se reuniu com a defensora pública, Patrícia Alcântara, para estreitar laços com a defensoria com o objetivo de agilizar os encaminhamentos de internações compulsórias feitos pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Vereadores. Ela esteve acompanhada da estagiária da Comissão e responsável pelo atendimento às mães e encaminhamento dos pedidos, Paula Ferreira Pereira, e também da integrante do grupo Mães contra o Crack, Sílvia Taborda. "Temos de entender que a dependência química é uma doença crônica, que tira dos usuários de crack a consciência da realidade e capacidade de decisão. A ação da droga no organismo é tão rápida e devastadora, que não dá para esperar até que os dependentes queiram se tratar. Essa espera é muito perigosa! Por isso a necessidade de agilização das internações compulsórias".

Como surgiu o grupo
A partir da angústia sentida pelo crescente números de mães que procuravam a Comissão de Direitos Humanos para pedir ajuda a seus filhos - e que desabafavam em tom de confissão pela vergonha da situação - a vereadora Miriam Marroni percebeu que precisava fazer algo para ajudá-las, na verdade, socorrê-las e a seus filhos. Frustrada com a falta de resposta das políticas públicas, organizou um grupo que iniciou com cerca de 20 mães - e que hoje já conta com quase 90 - para sair às ruas denunciar a situação, desde à proporção epidêmica tomada pela doença até a falta de atendimento apropriado, principalmente, pós-tratamento.
Dessa necessidade, nasceram as cinco principais bandeiras da luta do movimento: leitos em hospital geral, pronto-socorro psiquiátrico, convênios com comunidades terapêuticas, qualificação dos CAPs e programas de qualificação profissional e cotas de emprego para ex-dependentes químicos em tratamento e apenados no regime semi-aberto presos por pequenos delitos cometidos devido envolvimento com as drogas.
No grupo, as mães encontram ainda o apoio necessário, através da troca de experiências, para se sentirem menos sozinhas e desamparadas, percebendo que não são as únicas nessa situação. Através de diversos tipos de oficinas, as reuniões ajudam a fortalecer a autoestima daquela que é a estrutura de um lar, que dá a vida, a luz, carrega por nove meses um filho no ventre e não desiste nunca, mantendo-se persistente na sua luta constante para fazer com que seu filho vença, supere a doença. "Mesmo que para isso elas precisem pagar com o enfrentamento do preconceito de amigos e familiares que, na maioria dos casos, acabam se afastando. E não somente do usuário, mas também da pessoa que se mantém ao lado dele para ajudar, mesmo que para isso sofra discriminação e a rotulação de ter errado na criação daquele filho". Por isso, é preciso de um tratamento e acompanhamento específico para às famílias também, que acabam sofrendo ainda mais pelo sentimento de culpa carregado.
 

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Miriam Marroni busca parceria com Defensoria Pública para agilizar os encaminhamentos de internação compulsória


 A presidente da Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Segurança da Câmara de Vereadores de Pelotas e recém eleita Deputada Estadual, Miriam Marroni (PT), volta com força total a trabalhar em suas pautas, após uma semana de intensa agenda de entrevistas sobre sua expressiva votação no pleito de 2010 e suas propostas para o próximo mandato na Assembleia Legislativa. Mesmo sem atividades na Casa do Povo - devido ao feriado desta terça-feira e ponto facultativo - Miriam se reuniu, na tarde de ontem (11), com a defensora pública, Patrícia Alcântara, para pedir informações sobre o andamento dos pedidos de internação a dependentes químicos encaminhados pela Comissão.
A vereadora foi acompanhada por uma integrante do Grupo Mães contra o Crack, Sílvia Taborda, e pela estagiária da Comissão de Direitos Humanos, Paula Ferreira Pereira, responsável pelo atendimento e encaminhamento de cada soliciatação. "Estamos fazendo três a quatro novos atendimentos por semana", informou Míriam à defensora pública. "Já estamos com cerca de 90 mães cadastradas no movimento, que começou com 60", observou Paula. As mães procuram o grupo para se engajar na luta por leitos em hospital geral, pronto-socorro psiquiátrico, comunidades terapêuticas, requalificação do Caps e quotas para vagas de qualificação profissional e programas, políticas públicas de reserva de vagas no mercado de trabalho para ex-dependentes químicos em tratamento.

Paula Pereira, Sílvia Taborda, Miriam Marroni e Patrícia Alcântara
A defensora explicou que não há outra maneira, a não ser com ação ingressada na Defensoria Pública, para a internação compulsória (aquela em que o paciente não quer ser internado), que é a maioira dos casos, principalmente solicitados pelas mães. Então, a ação tramita em uma Vara de Família, onde um juíz decide pela internação, de 30 dias, para desintoxicação. "O fato é que ao passar desse período, os juízes entendem que - desintoxicados - os pacientes já têm consciência própria para se responsabilizar pelos seus atos, inclusive, vontade própria para solicitarem um pós-tratamento, também judicialmente", explicou. "Mas qualquer profissional da área médica, sabe que não é bem assim", destacou a vereadora e também psicóloga, Miriam Marroni. "Mas é muito importante para nós sabermos e podermos informar às mães que, ao término da internação, o próprio paciente tem de ser o autor da ação judicial para dar continuidade ao tratamento", avaliou.
De qualquer forma, as vagas não são suficientes e o tratamento existente na atualidade não é apropriado para dar conta da crescente demanda de usuários de crack. "Nos últimos três anos, já são predominantes as ações ingressadas na defensoria são referentes ao pedido de tratamento para dependentes, são seis ou sete novos processos a cada semana", comentou Patrícia.

CRACK, uma epidemia devastadora



Quem é pai ou mãe tem preocupações constantes, não importa a idade de seus filhos. Porém, nos últimos anos, não existe assombração maior para familiares do que o fantasma do crack – droga derivada da cocaína, adaptada para ser fumada, o que torna seu efeito rápido e devastador no organismo do consumidor. O vício acontece numa velocidade absurda; pesquisas apontam que em um mês o usuário passa de eventual a dependente. E os pesadelos começam: veloz perda da realidade, necessidade cada vez mais frequente de consumir a droga, e também ergue-se uma barreira de convivência entre o usuário e sua família, afinal ele não consegue se relacionar mais com as pessoas.
Considerada em passado recente droga das populações menos favorecidas, o perfil do usuário vem mudando a cada ano, atingindo todas as classes sociais. Segundo dados da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, entre 2006 e 2008, o número de usuários de crack com renda familiar acima de 10 000 reais aumentou 139,5%. Em algumas das mais caras clínicas particulares de tratamento de dependências químicas em São Paulo, cerca de 60% das internações são de usuários de crack.
Segundo dados da Junta Internacional de Fiscalização a Entorpecentes (Jife) — órgão ligado à Organização das Nações Unidas (ONU) — o Brasil ocupa o terceiro lugar no ranking de maior consumidor mundial dessa droga e tem a principal rota de tráfico internacional de cocaína no Cone Sul.
O vício em crack tornou-se um caso de saúde pública que está beirando níveis epidêmicos e é um enorme desafio para as autoridades brasileiras. Em maio passado, o governo federal lançou um plano de tratamento e combate à droga, que é mais uma releitura do programa anunciado em junho do ano passado, que não foi implementado. A meta do governo desta vez é investir 410 milhões de reais e dobrar de 2 500 para 5 000 o número de leitos para dependentes químicos no Sistema Único de Saúde (SUS), criar abrigos e centros para apoiar usuários e capacitar professores da rede pública para lidar com os jovens dependentes.
Se o governo conseguir implantar o que promete já será um avanço. Pequeno, mas insuficiente. Cientistas vêm pesquisando formas inovadoras de tratamento, porém, não há informações de que o sistema público de saúde esteja adotando esses novos tratamentos. Embora o assunto já esteja sendo abordado na Câmara e no Senado, que aumentou para 100 milhões de reais a verba destinada ao tratamento de dependentes de crack, ainda é muito tímida a iniciativa no âmbito de políticas públicas. Deve haver incentivo para a produção de pesquisas inovadoras nos tratamentos; apoio às universidades para implementação de centros de referência; garantia de apoio multidisciplinar como psicológico e assistência social para usuários e familiares; entre outras iniciativas.
É importante se avaliar o aspecto social nos tratamentos, visto que o crack, por ser ilícito, é distribuído em um cenário de marginalidade e violência. Para conseguir saciar o vício, o usuário perde a noção do perigo e envolve-se constantemente em situações de alto risco. Segundo dados da Universidade Federal de São Paulo – Unifesp –, a mortalidade associada ao crack é de 30%, sendo que metade das vítimas morre em confrontos violentos com traficantes ou policiais, e isso deve ser levado em conta na hora de planejar o tratamento adequado para cada usuário.
O avanço da droga na infância, segundo um levantamento da Secretaria de Saúde de São Paulo, mostra que, em dois anos, dobrou o número de crianças e adolescentes em tratamento contra a dependência de crack. Há casos de crianças com 10 ou 11 anos, viciadas na droga, o que está levando a outro grave problema: mães desesperadas estão prendendo seus filhos com cadeado e corrente para afastá-los do crack.
A cura é possível, como demonstram vários relatos de ex-usuários publicados nos veículos de comunicação, mas não é fácil e pode levar anos. Ainda há o risco de recaída. Segundo grupos de ajuda como os Narcóticos anônimos, deve haver controle a vida inteira. A família tem papel fundamental na recuperação e manutenção da saúde de ex-dependentes e podem ajudar a exercer esse controle com equilíbrio.

Artigo publicado na revista Carta Capital

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Novos leitos para dependentes químicos em três municípios da região



Acorrentar não pode mais ser a solução, mas sim leitos para tratamento
 A população de 14 municípios do Rio Grande do Sul poderá contar com mais 73 leitos para tratamento de usuários de álcool e drogas, especialmente crack. Nesta sexta-feira (24), o secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Alberto Beltrame, assinou, em Porto Alegre, portaria que autoriza a habilitação dos novos leitos, cujo investimento do governo federal é de R$ 2,9 milhões.

A medida faz parte do Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas, uma iniciativa interministerial sobre a coordenação da Secretaria Nacional sobre Drogas (Senad) da Presidência da República. "Sabemos que as drogas, especialmente o crack, não estão restritas aos grandes centros urbanos. Por isso, com essa medida, o ministério quer expandir os serviços para atendimento de usuários de drogas e álcool também no interior do estado, oferecendo a possibilidade de tratamento", disse o secretário.

Com a assinatura da portaria, os municípios já poderão receber os recursos do governo federal para custeio dos leitos. A medida beneficia as cidades de Bagé, Bom Jesus, Cacequi, Camaquã, Cambará do Sul, Feliz, Jaboticaba, Santana do Livramento, Novo Hamburgo, Pedro Osório, São Francisco de Paula, São Leopoldo, Santo Antônio da Patrulha e Taquara.

Leitos
Os novos leitos serão destinados ao tratamento de dependentes químicos em crise. Com a habilitação de novos serviços hospitalares de referência para usuários de crack e outras drogas, o Ministério da Saúde aumenta, no país e no Rio Grande do Sul, a rede de cuidados em saúde mental.

Essa rede deve ser formada pelos Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas, que funcionam 24 horas, e com o reforço de profissionais que atuam nos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (Nasfs). O Ministério da Saúde também prevê recursos para a capacitação de profissionais que trabalham na assistência a usuários de álcool e drogas.

O Rio Grande do Sul conta com 991 leitos em hospitais gerais, de gestão municipal e estadual, e com 136 Centros de Atenção Psicossocial (CAPS).

Estratégia Nacional
Na segunda, o governo federal anunciou, em Brasília (DF), o lançamento de editais e portarias para que municípios de todo o Brasil possam ser beneficiados com 6.120 leitos, previstos no Plano de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas. Além da oferta de leitos, os serviços de atenção serão ampliados e toda a rede receberá qualificação, com um investimento de R$ 140,9 milhões, provenientes do Ministério da Saúde e da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad) da Presidência da República.

As portarias e editais permitirão a habilitação de 2,5 mil leitos em hospitais gerais e 2,5 mil leitos em comunidades terapêuticas, além da criação de 520 vagas nas Casas de Acolhimento Provisório que vão auxiliar na reinserção social dos dependentes.

Outras 520 vagas serão abertas nos Centros de Atenção Psicossocial para álcool e drogas (CAPsAD) com funcionamento 24 horas - serviço que promove o acompanhamento clínico, o tratamento ambulatorial e a internação de curta duração de pessoas com transtornos relacionados ao uso de crack e outras drogas.

Também serão disponibilizados recursos para 225 municípios contratarem profissionais da área de saúde mental para reforçar as equipes dos Núcleos de Atendimento do Saúde da Família (NASF).

Além de ampliada, a rede de atenção integral para usuários de crack e outras drogas vai capacitar os profissionais e equipes das redes públicas de saúde e de assistência social em prevenção, tratamento e reinserção social de usuários de crack e outras drogas. Para que isto ocorra serão criados, em parceria com instituições públicas de ensino superior, 30 Centros Regionais de Referência e 50 Programas de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET).

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Miriam fala sobre a epidemia do Crack na 14ª Semana da Educação do Colégio Assis Brasil

 

A presidente da Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Segurança, Miriam Marroni (PT), ministrou a palestra Mães contra o Crack para cerca de duzentos alunos e professores do Curso Normal da Escola Assis Brasil. O evento fez parte da abertura da 14ª Semana de Educação "Criar, renovar, eduacar", iniciado na tarde de quarta-feira (22) e que terminará amanhã.

O público ficou atento a cada orientação da psicóloga. "A juventude é a fase natural em que o homem age pelo impulso do prazer, não tem noção do perigo e quer romper limites. Por isso, é a fase mais propícia para a experimentação das drogas". Miriam destacou que acabam restando apenas dois caminhos para os usuários do crack, uma droga altamente destrutiva e causa dependência imediata: o mundo da contravenção e/ou o cemitério.

Justamente para mudar essa realidade, o movimento luta pela qualificação dos serviços, ampliação de leitos para tratamento dos dependentes químicos, além de políticas públicas para a implantação de programas destinados à ressocialização dessa parcela da comunidade. Os presentes também se emocionaram, ao final da palestra, com os depoimentos das experiências de três integrantes do Mães contra o Crack, Silvia Lima, Elaine Jung e Lis Maria Parsso.



Grupo em expansão
O movimento Mães contra o Crack não para de crescer. Só nos últimos dias, foram cadastradas cinco novas integrantes e feito quatro encaminhamentos com pedidos de internação. O grupo já conta com 98 componentes, entre mães, demais familiares e profissionais da saúde que contribuem com o trabalho coordenado pela vereadora Miriam Marroni.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

ENTREVISTA PARA TV BAIRROS

Miriam Marroni comemora ampliação de recursos do Governo Federal que garantirá 6 mil novos leitos para tratamento de dependentes químicos


 

A vereadora presidente da Comissão de Direitos Humanos e coordenadora do Grupo Mães contra o Crack, Miriam Marroni (PT), comemora a abertura dos editais do Plano de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas do Governo Federal, anunciada na última segunda-feira (20), em Brasília. Lançado em maio, o projeto acena com investimentos de R$ 140 milhões, capazes de permitir a criação de 6 mil leitos, a ampliação dos serviços de atenção e maior qualificação da rede. Mais do que pelos recursos e pelos objetivos, porém, o plano é importante por integrar esforços, somando os da União aos dos estados e dos municípios, além dos empreendidos pela sociedade de maneira geral. Por isso, a eficácia da intenção vai depender da confiança de representantes do poder público nas diferentes instâncias da federação e da sociedade.


Diante da boa notícia, Miriam agendará, para depois das eleições, uma reunião com as integrantes do movimento para anunciar oficialmente esse grande passo e pedir apoio de todas as mães, visto que os avanços esperados vão depender, sobretudo, da pressão por parte da sociedade, afetada diretamente pelo problema, para que os recursos ampliados sejam acessado pelo município. "Esse é o nosso papel, exigir do Poder Executivo a obtenção desses recursos para a criação de mais leitos, qualificação dos serviços e ampliação da rede". Segundo a vereadora, a reunião com as mães contará com palestra de um psicólogo e oficina de artesanato para as mães. No encontro, ainda será informado o andamento de todos os encaminhamentos solicitados, inclusive, das novas integrantes.

Governo Federal investirá R$ 140 milhões e criará 6 mil leitos para tratamento da dependência química

Quatro meses depois de anunciar amplo projeto nacional de combate ao crack, com ênfase desde a repressão ao tráfico até o tratamento de dependentes, o governo federal deu, ontem, mais um passo para transformar as intenções nessa área em realidade. Em Brasília, foram abertos os editais do Plano de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas. A particularidade de o ato ocorrer em meio à campanha eleitoral reforça a importância de a sociedade redobrar a atenção sobre a necessidade de cobrar a concretização de promessas das quais depende, em muito, a solução para o drama das drogas, especialmente do crack.

Lançado em maio, na presença de prefeitos de todo o país, o projeto acena com investimentos de R$ 140 milhões, capazes de permitir a criação de 6 mil leitos, a ampliação dos serviços de atenção e maior qualificação da rede. Mais do que pelos recursos e pelos objetivos, porém, o plano é importante por integrar esforços, somando os da União aos dos estados e dos municípios, além dos empreendidos pela sociedade de maneira geral. Por isso, a eficácia da intenção vai depender da confiança de representantes do poder público nas diferentes instâncias da federação e da sociedade.

A entrada em cena do governo federal reforça uma perspectiva positiva no combate à droga, com a vantagem de ampliar os recursos disponíveis. Ainda assim, os avanços esperados vão depender, sobretudo, da pressão por parte da sociedade, afetada diretamente pelo problema.

Fonte: Editoriais - Zero Hora (21/9/2010)

domingo, 12 de setembro de 2010

Miriam pede implantação de programas de ressocialização para ex-dependentes químicos também à Superintendência da Caixa Econômica Federal


Publicada originalmente em www.miriammarroni.blogspot.com no dia 29 de agosto

Enquanto a presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Veradores de Pelotas, Miriam Marroni (PT), aguarda resposta da presidência da Casa Legislativa a sua solicitação da implantação de programas de ressocialização para ex-dependentes químicos em tratamento ou apenados em regime semi-aberto, ela também solicitação a ação de exemplo à comunidade a outras instituições públicas. Na última semana, a vereadora se reuniu com o Superintendente da Caixa Econômica Federal, Ruy Kern.

Kern foi muito receptivo à proposta e se mostrou extremamente interessado em poder ajudar essa parcela da socidade de alguma forma. Comentou que a Superintendência já está em tratativas de viabilizar um programa de qualificação profissional de jovens na cidade. "Como contrapartida, poderíamos solicitar a reserva de algumas vagas para esse público específico em extremo risco social e com dificuldade de reinserção no mercado de trabalho devido ao preconceito e desconfiança da sociedade". O superintendente ficou ainda de estudar a viabilidade da criação de vagas para ex-dependentes químicos em tratamento ou apenados em regime semi-aberto.

Miriam Marroni pede implantação de programas na Câmara de Vereadores para ressocialização de ex-dependentes químicos



Publicada originalmente em www.miriammarroni.blogspot.com no dia 18 de agosto de 2010


A presidente da Comissão de Direitos Humanos da Comissão de Vereadores de Pelotas, Miriam Marroni (PT), acompanhada de integrantes do grupo Mães contra o Crack, se reuniu com o presidente da Casa, Milton Martins (PT), na última quarta-feira (18). O objetivo do encontro foi o pedido de implantação de dois programas para a ressocialização de ex-dependentes químicos que estão, comprovadamente, em tratamento ou cumprindo pena em regime semi-aberto. A solicitação foi protocolada nesta quinta-feira (19).

A iniciativa propõe que Câmara possa, além de promover a reinclusão social dessa parcela da população na sociedade, possa dar o exemplo ao restante da comunidade. Para isso, Miriam propôs que sejam implantados dois programas na Casa Legislativa.

O já existente Protocolo de Ação Conjunta (PAC), firmado entre órgãos públicos ou privados e a Susepe, estipula a contratação de presidiários - neste caso específico os que cumprem pena pelo envolvimento em pequenos delitos relacionados ao uso do crack e outras drogas - para serviços gerais (como manutenção e atividades administrativas). Além do pagamento de uma determinada porcentagem do salário mínimo, serão estipulados quantos dias serão necessários de trabalho para a redução de um na pena.

Para os casos de ex-dependentes em tratamento na rede pública, a Câmara precisa pensar um programa, nos moldes dos estágios para estudantes, que garanta trabalho de remuneração inferior e menos horas trabalhadas que um funcionário efetivo, desde que o beneficiado comprove estar em tratamento na rede pública. A vereadora já sugeriu um nome para essa política pública, "Vida Nova".

Miriam justifica a necessidade pelo fato de que, na atualidade, o processo de reinserção social para ex-usuários de drogas é fundamental como parte de um tratamento continuado desses jovens que se encontram em situação de extrema vulnerabilidade. "Não basta apenas tratamentos paliativos de desintoxicação durante 10 ou 20 dias. Ainda mais que o poder público não oferece serviço adequando de prevenção e tratamento", destacou a coordenadora. Além disso, ao perder o período normal de escolaridade e sem uma profissão, esses jovens tornam-se vítimas da desconfiança e preconceito por parte da sociedade, tendo assim dificuldade de se colocar no mercado de trabalho. "Eles precisam de uma força e incentivo".

A presidência deverá expôr a proposta para o resto da Casa na próxima terça-feira. Além de discutir com a assessoria jurídica a viabilidade da execução dessa demanda.

Mães contra o Crack: a voz que não pode se calar


Publicado originalmente em www.miriammarroni.blogspot.com no dia 29 de julho

O Grupo Mães contra o Crack não para de crescer. Cada vez mais o movimento atrai pessoas diretamente ligadas com a epidemia que destrói milhares de jovens e famílias pelotenses. Não apenas mães, mas pais, avós e irmãos das vítimas dessa doença crônica também estão botando a "cara a tapa" para buscar ajuda. E a voz, ainda tímida e envergonhada, desses familiares desesperados não pode silenciar.


Para a vereadora e coordenadora do grupo, Miriam Marroni (PT), o encontro que lotou o Plenarinho da Câmara de Vereadores, na quarta-feira (28), foi dividido em três momentos distintos. Logo no início, o médico Élio Dornelles se apresentou como voluntário da causa que ele tomou conhecimento pela imprensa. "Venho colocar o meu trabalho a disposição, voluntariamente, a essas mães que chegam a adoecer pelo sofrimento causado pela situação que estão vivendo", comentou.

Ele ofereceu exames básicos para a realização de um chek-up (hemograma, glicemia, hepatite, HIV, sífilis, urnia e fezes). "A mãe é aquela que dá apoio incondicional aos filho em qualquer situação que ele se encontre. Por isso, ela precisa - e merece - estar com a saúde em dia para ter força e continuar sua luta pela cura desse mal".

Em seguida, o debate se deu a respeito do serviço prestado no município e de sua incapacidade de dar conta da demanda, pela insuficiência de leitos e profissionais. O grupo trocou informações, experiências e tirou dúvidas com uma enfermeira representante do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD).

Após, novas voluntárias também se apresentaram para contribuir com o trabalho, por meio de seus conhecimentos na área de psicologia e artesanto para, num próximo encontro, realizar oficinas de fortalecimento da autoestima dessas mães.


Novos depoimentos

O terceiro e mais emocionante momento foi o de apresentação de novos integrantes. "É gratificante ver que cada vez mais pessoas estão deixando seu sofrimento solitário para procurar ajuda. Os quatro novos casos foram ouvidos com atenção por todos os participantes que, de acordo com suas experiências, contribuiram com diversas informações relevantes. A reunião foi extremamente produtiva no sentido dos encaminhamentos realizados". O movimento, criado em outubro do ano passado, luta para pressionar o poder público por políticas de saúde específicas ao tratamento de viciados e também colabora como forma de terapia para essas mães que encontram ajuda e conforto umas com as outras por meio da troca de suas experiências.

Intensa agenda de palestras

Publicada originalmente em www.miriammarroni.blogspot.com em 12 de julho de 2010



A psicóloga e vereadora Miriam Marroni está com a agenda lotada de palestras da temática de Dreitos Humanos, principalmente sobre a luta do grupo que ela coordena, Mães contra o Crack. Só nesta segunda-feira (12) foram realizadas três no auditório - lotado - do colégio Cassiano do Nascimento. É através desses encontros que o movimento promove o alerta e conscientização da comunidade, como forma de prevenção.

Outras quatro palestras já estão marcadas ainda para esta semana. Na quarta-feira, é a vez de Arroio Grande. Na quinta, outras três serão realizadas, no Navegantes, na Gotuzzo e no colégio Pelotense. Na sexta-feira, Miriam falará sobre a terceira idade.

A receptividade, o interesse e participação dos jovens marcaram cada uma das conversas. O relato de histórias verídicas feito por integrantes do grupo Mães contra o Crack emocionou alunos e professores. Adolescentes interessados solicitaram os endereços da vereadora para entrar em contato. Na oportunidade foram feitas novas amizades no Orkut, seguidores no Twitter e integrantes para a comunidade oficial da também candidata à Deputada Estadual.

Blog retoma atividades informativas

Neste domingo (12) , completa quatro meses da última postagem feita no Blog Mães contra o Crack. A desatualização virtual não significa que as atividades do movimento tenham acabado. Muito pelo contrário, a luta conta a epidemia que assola a cidade, o Estado e o País, está em plena continuidade, graças a força de vontade das integrantes do grupo. Elas não se cansam de tentar mudar o destino quase certo para quem entra nesse mundo e dele não consegue sair: a morte ou o presídio.
Durante os últimos quatro meses, o grupo realizou algumas reuniões e a coordenadora do movimento e presidente da Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Segurança da Câmara de Vereadores, Miriam Marroni, fez diversas palestras em escolas estaduais e municipais de Pelotas e outras cidades.

Hoje, serão postadas algumas notícias divulgadas sobre esses encontros e reuniões de reinvindicação. A partir deste momento, o Blog trará sempre notícias das ações do grupo, bem como mensagens e vídeos de apoio, além das últimas informações e reportagens divulgadas na imprensa local, estadual e nacional, referentes à temática do crack.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Mães contra o Crack: a luta das mulheres pelotenses contra a pedra

Aquela tarde fria em meados do mês de maio não intimidou o grupo de mães que se aglomerava na Câmara de Vereadores de Pelotas. Vento e chuva seriam obstáculos para qualquer outra manifestação, mas não para as Mães contra o Crack. Enfrentando todas as adversidades, elas arrancaram em uma caminhada silenciosa que emocionou e chocou o município da região sul do estado.

A luta das mulheres de Pelotas começou em outubro do ano passado, com a criação do grupo Mães contra o Crack pela presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Vereadores de Pelotas, vereadora Miriam Marroni (PT). Os encontros que começaram com 25 mulheres, saltaram para 50 mães em pouco mais de 30 dias.

“O crescimento no número de mães em tão pouco tempo reflete a epidemia desta maldita pedra que assola a nossa cidade, a região e o país. Era preciso criar alternativas para lutar ao lado dessas mães sofridas que jamais pensaram em abandonar seus filhos dependentes”, conta a vereadora petista.

Os primeiros encontros das mulheres aconteciam no plenário da Câmara Municipal de Pelotas. Era o momento de cada uma delas conhecer a história da companheira sentada ao lado. Muitas se assemelhavam. Não obstante, a emoção era o tom das reuniões. Foi nestes primeiros passos que se definiu a bandeira de luta das Mães contra o Crack.

“Rapidamente identificamos que era necessário lutar por tratamento. Evidentemente, é preciso criar políticas públicas para a prevenção ao consumo de drogas. Mas tendo em vista o grande número de usuários de Crack e com os dados em plena ascendência, fez-se necessário buscar junto ao Poder Público alternativas de tratamento para os dependentes”, disse a parlamentar.

O grupo Mães contra o Crack em sete meses de existência já teve momentos bem distintos, com ações bem definidas. Já foram ao Ministério Público e lançaram camiseta, por exemplo. Todo o esforço das mulheres chamou atenção da sociedade. Porém, nada supera o drama vivido no espaço domiciliar de cada uma das integrantes.

“O Crack e os traficantes estão levando nossos filhos”, narrou emocionada uma das mães.

Uma das mães, de 60 anos, que pede para não ter sua identidade revelada, expõe o drama que vive há quatro anos. Dos quatro filhos homens, dois estão no calvário da pedra.

“É uma situação inimaginável. Dois estão perdidos no Crack. É muito complicado. A mãe sofre, a família toda sofre. Precisamos de ajuda”, relata a mulher.

No último dia das mães o grupo Mães contra o Crack foi presenteado pela vereadora Miriam Marroni, com a Tenda da Autoestima, atividade realizada pela parlamentar há dez anos. No calçadão de Pelotas, cabeleireiros, maquiadores e música ao vivo embalaram em uma tarde de sol a autoconfiança dessas guerreiras pelotenses.

Inspiração Argentina

A inspiração das mulheres pelotenses foi buscada no país vizinho, a Argentina. Mais precisamente, nas Mães da Praça de Maio. Essa praça é a principal da cidade de Buenos Aires, onde se localiza a Catedral Metropolitana, o edifício do governo do município e a Casa Rosada, onde reside o poder executivo argentino. Desde a década de 1970 as Mães da Praça de Maio se reúnem com fotos dos filhos desaparecidos políticos durante o regime militar argentino.

Foi com o sentimento de quem quer salvar os filhos e os filhos de outras mães que as Mães contra o Crack realizaram a manifestação que você leu no início da reportagem. A caminhada aconteceu da Câmara de Vereadores, passando pelo Calçadão e finalizando o protesto silencioso em frente à Prefeitura Municipal. O único “grito” das mulheres estava descrito nos cartazes: “Nossos filhos precisam de ajuda. De tratamento”.

“Essas mulheres são guerreiras. Lutam sem desistir dos filhos, que infelizmente se envolveram com essa droga. O crack destrói. E somente com a união de todas mulheres, do Grupo Mães contra o Crack, assim como as Mães da Praça de Maio, conseguiremos vencer a guerra”, finalizou a vereadora Miriam Marroni.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Camiseta da Luta

Em fevereiro, o grupo Mães contra o Crack lançou uma camiseta que sempre é vestida nas ações de luta destas mães guerreiras que estão na luta contra o Crack, em Pelotas, no sul do estado do Rio Grande do Sul.

O grupo Mães contra o Crack, criado em outubro do ano passado pela presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Vereadores, vereadora Miriam Marroni (PT), lançou ontem a camiseta que será usada pelas integrantes do grupo. A malha rosa com estampa preta foi conhecida pelas 50 que mulheres que participaram da reunião promovida nesta quarta-feira no plenário da Casa Legislativa.

No dia 8 de março será realizada uma Audiência Pública dedicada ao grupo, com a temática especial pelo Dia Internacional da Mulher. As Mães contra o Crack novamente estarão uniformizadas. Sempre com o objetivo de mostrar a união na luta por Políticas Públicas para o tratamento de dependentes da pedra.

Está matéria foi originalmente publicada no blog da vereadora Miriam Marroni.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Notícias sobre o Grupo

Veja algumas das últimas notícias sobre o grupo Mães contra o Crack clicando nos links a seguir:

http://wp.clicrbs.com.br/pelotasmais/2010/04/22/maes-se-mobilizam-por-acoes-efetivas-de-combate-ao-crack/

http://www.diariopopular.com.br/site/content/noticias/detalhe.php?id=6¬icia=17308

http://www.cangucuemfoco.com.br/2010/04/maes-contra-o-crack-para-o-centro-de.html

http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a2881626.xml&template=3898.dwt&edition=14547§ion=1003

Vídeo de apresentação do grupo Mães contra o Crack

O vídeo que você pode assistir abaixo conta um pouco da história das mulheres do grupo Mães contra o Crack. O material foi apresentado em audiência pública na Câmara de Vereadores de Pelotas, no dia 8 de maio. A assessoria de comunicação da vereadora Miriam Marroni (PT) criou a história fictícia de Priscila, uma mãe que sofre com o filho víciado no crack. A inspiração foi a história de algumas das mais de 60 mães que forma o grupo Mães contra o Crack. Assista:

O silêncio que faz barulho

Na quinta-feira, 22 de abril de 2010, fizemos uma caminhada histórica pelo centro de Pelotas. Um passeio silencioso, mas que promoveu um “barulho” intenso da nossa luta: a luta das Mães contra o Crack, criada em outubro do ano passado pela Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Segurança da Câmara de Vereadores de Pelotas. Um dia depois, começamos nossa aventura também pelo mundo virtual, com o blog maescontraocrackpelotas.blogspot.com.

Está é uma guerra que muitas vezes parecerá não ter fim. Entretanto, estamos prontas para cada batalha. E no fim comemoraremos a vitória das mães, da sociedade ante a epidemia do crack.

Não se tem um dado preciso de quantos são os viciados em crack na cidade de Pelotas. Um número não-oficial aponta para mais de 10 mil acorrentados ao vício da pedra. E a corrente se tornou o símbolo da nossa luta. As mães também ficam acorrentadas ao vício de seus filhos. Famílias são decepadas. Jovens têm seu futuro arrasado ou até aniquilado. É um drama que atinge todas as classes sociais. Por isso, a última atividade do grupo Mães contra o Crack parou o calçadão e o centro histórico de Pelotas. Foi dramático e emocionante. O caminhar silencioso, apenas quebrado pelo barulho das correntes, chocou os cidadãos.

Agora precisamos que o Poder Público também fique atônito. Não temos um segundo a mais para esperar. Os jovens estão tendo suas vidas castradas pelo vício na pedra maldita e, evidentemente, por traficantes. Por isso a luta das Mães contra o Crack é por tratamento. Essa é a urgência. É preciso que o Governo Municipal tenha políticas públicas efetivas para o tratamento dos viciados. É fundamental criar alternativas. Evidentemente, pensar em ações de prevenção e pós-tratamento é imprescindível.

A luta das Mães contra o Crack continua. Independente do espaço – real ou virtual – estaremos presentes com a bandeira por tratamento erguida. Rezemos para não perder combatentes durante a guerra, apesar de saber que em toda batalha existe baixas. Porém, uma mãe jamais abandona o filho. Ela segue em frente, mesmo quando o choro engasgado na garganta escorre pelo rosto. É a emoção que naufragou por saber que os filhos das Mães contra o Crack não são o que eles se transformaram hoje. Eles já as encheram de orgulho e hoje precisam de socorro.

Com a voz embargada, com a emoção marejando meus olhos, encerro este texto. Não vamos desistir por nem um momento. Continuaremos com a nossa guerra contra o Crack. Unidas, venceremos a epidemia. Junte-se a nós.

Um fraterno abraço,

Vereadora Miriam Marroni
Presidente da Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Segurança da Câmara de Vereadores de Pelotas